SATÉLITES DE UMA EMPRESA PRIVADA REVELAM O TAMANHO DO VAZAMENTO DE METANO DEPOIS DA EXPLOSÃO DOS GASODUTOS NO BÁLTICO
Aos poucos vão sendo conhecendos os danos reais da explosão dos gasodutos Nord Stream 1 e 2, sob o Mar Báltico, no trecho entre a Suécia e a Dinamarca. Para lembrar, em 26 de setembro foram descobertos vazamentos nos gasodutos. Ambos os oleodutos são propriedade da Rússia e foram construídos para transportar gás natural da Rússia para a Alemanha. As autoridades disseram que os vazamentos foram causados por ação deliberada e provavelmente foram sabotagem intencional. Embora as acusações tenham sido muitas, os motivos reais por trás dos danos ainda não são conhecidos. As acusações se remetem as ameaças proferidas por Joe Biden, Presidente dos Estados Unidos, quando disse em uma entrevista que se a Rússia invadisse a Ucrânia, o gasoduto não funcionaria. Distúrbios sísmicos no Mar Báltico foram detectados e as autoridades disseram que, embora nenhum dos dutos estivesse transportando gás no momento das explosões, eles ainda continham metano pressurizado, que é o principal componente do gás natural.
O metano já foi expelido, produzindo um amplo fluxo de bolhas na superfície do mar que são visíveis a partir de vários satélites na órbita da Terra. A empresa privada GHGSat, que tem satélites ativos monitorando as emissões de metano do espaço, virou sua constelação de satélites de alta resolução para medir o vazamento do oleoduto. De acordo com um comunicado da Agência Espacial Europeia, o GHGSat encarregou seus satélites de radar e microondas para obter medições em ângulos de visão maiores e foi capaz de atingir a área onde a luz do Sol refletia mais forte na superfície do mar – conhecida como ‘ponto de brilho’.
O que eles descobriram é que em 30 de setembro, a taxa de emissão estimada, como visto em sua primeira medição de concentração de metano, era de 79.000 kg por hora, o que torna este o maior vazamento de metano já detectado pelo GHGSat de uma única fonte pontual. A GHGSat disse que essa taxa é extremamente alta, especialmente considerando que essa imagem ocorre quatro dias após a violação inicial, e este é apenas um dos quatro pontos de ruptura no pipeline. Em um comunicado, a empresa disse que essa quantidade de metano é equivalente a mais de 90.000 kg de carvão sendo queimados em uma hora.
A agência europeia disse que monitorar o metano sobre a água é extremamente difícil, pois a água absorve a maior parte da luz solar nos comprimentos de onda infravermelhos de ondas curtas usados para sensoriamento remoto de metano. Isso limita a quantidade de luz que atinge o sensor, tornando extremamente difícil medir as concentrações de metano ao longo do mar em altas latitudes. A cobertura de nuvens contribuiu para a dificuldade em fazer observações por satélite deste evento. Embora o metano se dissolva parcialmente na água e não seja tóxico, é o segundo gás de efeito estufa antropogênico mais abundante em nossa atmosfera, causando mudanças climáticas.
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